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SCHIRLEY P. FRANÇA

​É  Pedagoga, Mãe e fundadora da Carroça de Mamulengos

Schirley França nasceu em Brasília-DF e começou a trabalhar com teatro em 1979. Conheceu Carrlos Gomide com grupo Carroça em 1982, na passagem da companhia pela Capital Federal. Mãe de Maria, Antônio, Francisco, João, Pedro e Matheus, Isabel e Luzia, gerou e criou todos os filhos viajando pelo Brasil e se apresentando por ruas, praças e teatros. É o núcleo central da companhia, zeladora da organização e harmonia geral da família. Formada em pedagogia pela UFF, é brincante, bonequeira, artesã, contadora de histórias e educadora. É coordenadora do núcleo de educação da companhia.

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Schirley P. França é natural de Taguatinga, Brasília, DF, filha de nordestinos que viajaram para o planalto central no início dos anos de 1960 em busca de dias melhores. Teve sua formação na infância e adolescência nas margens periféricas de Brasília. No processo de estudos secundaristas, teve contato com uma formação para atores que resultou no grupo de teatro Retalhos, importante movimento cultural do início dos anos 1980 em Taguatinga. No elenco do grupo, juntamente com Zé Regino, Natinho e Chico Simões, Miqueias Paz, Rose Nugoli, entre outros integrantes, realizavam espetáculos em escolas, ruas e festivais. O grupo, ao pesquisar autores para se inspirar nas montagens, selecionou Joaquim Cardoso, com o texto "Marechal Boi de Carro", encontrando nos bonecos uma linguagem que encanta e que passou a integrar seus trabalhos, juntamente com o livre folgar dos brincantes de cultura popular, pelas ruas e praças de Taguatinga e por todo o DF.

Entre 1981 e 1983, aproximadamente, estava acontecendo em Brasília o projeto Plateia da Secretaria de Cultura do DF, que levava espetáculos, música, exposições, etc., para escolas, no qual estavam se apresentando o grupo Retalhos e o Carroça de Mamulengos. Schirley foi convidada para assistir ao Carroça de Mamulengos e assim conheceu o teatro popular nordestino. "Me encantei pelos bonecos e pelo bonequeiro", e fez uma escolha radical aos olhos de sua família e amigos: trancou a faculdade de Artes Plásticas e seguiu estrada afora para acompanhar Carlos e seu terno de bonecos.

Fase 3 - A família - A arte como modo de vida. Carlos e Schirley escolheram a itinerância e a vivência com a cultura popular como caminho para a criação de seus trabalhos artísticos. Logo em 1980 foram para o Nordeste em busca de encontrar os brincantes populares. Em 1982, chegaram em Juazeiro do Norte (conferir essa data nos jornais) e no Cariri encontraram o reisado, o guerreiro, os emboladores de coco, os repentistas, as lapinhas, os bacamarteiros, as artesãs de bonecas de pano e tantos outros saberes presentes na memória do povo. Na itinerância, nas vivências com a arte e a educação e na militância em movimentos políticos e populares por onde passavam, foram nascendo os filhos Maria (Natal-RN-1984), Antônio (Crato-CE-1987), Francisco (Juazeiro do Norte-CE-1989), João (Brasília-DF-1992), os gêmeos Pedro e Matheus (Fortaleza-CE-1995), as gêmeas Isabel e Luzia (Brasília-DF-1998). Todos os seus filhos nasceram vivenciando os espetáculos e tendo a arte como um modo de vida. Foram educados em casa pelos seus pais, professores e mestres que foram encontrando pelo caminho.

Rodando chapéu, apresentando em escolas, festivais e onde fossem chamados, a Carroça de Mamulengos foi abrindo caminho para a sua arte e assim trazendo junto o Jaraguá, o boi, o palhaço Mateus, a burrinha, entre outros. Com essa forma de ser e estar vivenciando nas cidades e com os Mestres e Mestras, há uma troca de saberes. A cultura popular percebida e experimentada através da Carroça de Mamulengos foi sendo recriada e semeada por onde a companhia passou e passa.

Com quase meio século de trajetória, a Carroça de Mamulengos segue percorrendo o profundo interior do Brasil, criando e recriando sua arte na busca de seguir plantando arte, colhendo sustento, ensinando por onde passa, um verso de uma canção de palhaço, a andar de perna de pau, ou fazer um brinquedo popular. E tudo isso pra quê? Pra cultivar a poesia, a beleza e o afeto, suscitar a imaginação, para seguir acreditando em dias melhores. Perseverar e manter a chama da luz de uma consciência maior acordados, vivos e caminhando até onde o porvir chegar, como fizeram os mestres e mestras que ensinam pela prática, o exemplo e as virtudes.

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